O início da alfabetização é um dos principais marcos da infância. Como num passe de mágica, as crianças começam a juntar as letras para então ler e escrever suas primeiras palavras. Além de ser um dos pilares fundamentais para o pleno desenvolvimento durante a infância, a alfabetização é também um direito de todas as crianças.
No Brasil, a Meta 5 do Plano Nacional de Educação é alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3o ano do Ensino Fundamental. No entanto, dados da Avaliação Nacional de Alfabetização apontam que 34% das crianças não estão alfabetizadas ao final deste período. Dentre a população brasileira, 7% das pessoas com 15 anos ou mais é considerada analfabeta, segundo informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), de 2017.
O tema é tão relevante que em 8 de setembro de 1967, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Dia Mundial da Alfabetização, com o objetivo de destacar a importância da alfabetização para o desenvolvimento social e econômico mundial. Mais do que aprender a ler e escrever, é a partir da alfabetização que as pessoas podem ter liberdade e autonomia para se locomover pelo mundo, com mais oportunidades profissionais e pessoais.
É fácil alfabetizar uma criança?
A aprendizagem da leitura e da escrita, depende da interligação de diferentes áreas cerebrais, que irão processar informações auditivas e visuais para se conectar às áreas da linguagem e de memórias sensoriais. Para a aprendizagem da leitura e da escrita é necessário, primeiramente, compreender os sons das palavras e analisar as mínimas partes que as constituem (fonemas) para, em seguida, associá-los às letras. Deste modo, é possível perceber que a informação auditiva é fundamental para esse processo de aprendizagem. Assim, o processo de alfabetização pode ser desafiador. Não é incomum que surjam dificuldades, podendo estar relacionadas a diversos aspectos relacionados à criança, sua família, metodologia de ensino e aspectos socioculturais.
Diversos fatores podem influenciar o processo de aprendizagem, incluindo:
Atraso na aquisição de linguagem
Baixa assiduidade
Comprometimento sensorial
Dificuldades socioemocionais
Fatores socioeconômicos
Histórico familiar de dificuldades de aprendizagem
Alterações auditivas
Alterações no processamento auditivo central
É importante que pais e professores estejam atentos às dificuldades, para intervir o quanto antes, considerando que em alguns casos as dificuldades podem estar ligadas a transtornos de aprendizagem, como dislexia e discalculia. Além disso, a detecção precoce permite a correta orientação e intervenção capazes de minimizar as dificuldades comunicativas e o desempenho tanto no âmbito escolar como nas relações sociais.
Como diminuir dificuldades no processo de alfabetização?
Se você acompanha uma criança que está apresentando dificuldade na alfabetização é importante que ela seja encaminhado ao oftalmologista, otorrinolaringologista, fonoaudiólogo ou psicopedagogo para investigar quais são os fatores que podem estar contribuindo para o insucesso na alfabetização e qual a melhor forma de tratá-los.
Neste processo, você pode ajudar propondo atividades relacionadas ao aprendizado, como a estimulação das habilidades auditivas, por exemplo. Essa estimulação pode ser feita de diversas maneiras, por meio de treinamento auditivo com sons diversos e a partir do uso de jogos criados especificamente para esse objetivo, como os disponíveis na plataforma Afinando o Cérebro. Outra ação capaz de estimular a leitura e a escrita e criar um ambiente de alfabetização em casa, com elementos visuais que remetam às letras por meio de brinquedos, revistas ou álbuns de fotografia. Coisas simples como preparar uma receita culinária na presença da criança, ler os rótulos das embalagens, escrever um convite de aniversário ou fazer a lista de compras do supermercado fazem com que a criança mantenha contato com a leitura e escrita de forma natural.