O fonoaudiólogo é o profissional responsável pelo tratamento das alterações do processamento auditivo central. Ao procurar a literatura sobre o tema, é comum encontrarmos nomenclaturas distintas para falar das mesmas dificuldades, como Distúrbio do Processamento Auditivo Central (DPAC) ou Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC).
Mas qual é o termo correto: DPAC ou TPAC?
Em 2016, durante o 31o EIA (Encontro Internacional de Audiologia), profissionais reunidos no Fórum definiram por maioria que o termo correto a ser utilizado é Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), a fim de acompanhar as descrições das alterações fonoaudiológicas que constam no CID (Código Internacional de Doenças).
Os fóruns realizados durante o EIA têm por objetivo reunir profissionais da área para promover momentos de discussão e reflexão de temas específicos, com embasamento científico, que subsidiam recomendações e ações futuras que serão referendadas e apoiadas pela Academia Brasileira de Audiologia. Assim, desde 2016, o termo DPAC deixou de ser utilizado para dar lugar ao termo TPAC, de modo que todos os profissionais devem usar a mesma terminologia.
Fora do Brasil, em 2005, um relatório produzido pela American Speech-Language-Hearing Association ASHA já recomendava o uso do termo TPAC para definir a dificuldade de processamento da informação auditiva no sistema nervoso auditivo central, caracterizada por baixo desempenho em uma ou mais habilidades auditivas: localização e localização sonora, discriminação auditiva, reconhecimento do padrão auditivo, aspectos temporais da audição (integração, discriminação, ordenação temporal), performance auditiva com sinais competitivos e performance auditiva com sinais acústicos degradados.
Por que é importante utilizar a terminologia correta?
Todos os anos, são produzidas diversas pesquisas científicas na área da Fonoaudiologia para promover o desenvolvimento científico sobre os distúrbios da comunicação humana. Quanto mais emprega-se a mesma terminologia, mais reconhecida será a atuação do fonoaudiólogo na perspectiva da comunidade científica.
O que muda na minha prática diária?
Não é necessário realizar grandes alterações no dia a dia de sua prática clínica, basta utilizar o termo Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) nas produções de relatórios de avaliação, encaminhamentos, nas trocas de informações com outros profissionais da área da saúde e durante as orientações a pacientes e familiares.
Quais os benefícios de se usar o termo TPAC?
Quanto mais disseminamos a terminologia correta, melhor será o entendimento geral dos profissionais da Fonoaudiologia, de outras áreas da saúde e do público geral sobre as alterações no processamento auditivo central. Além disso, a busca por informações nas bases de pesquisa científica e na internet será mais direcionada e nos ajudará a difundir a importância do processamento auditivo central e do diagnóstico precoce para um tratamento adequado e de qualidade.
Vamos divulgar essa informação? A Fonoaudiologia e o seu paciente só têm a ganhar!