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PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL E DISLEXIA: MITOS E VERDADES

A dislexia é um transtorno de aprendizagem que afeta habilidades de leitura e linguagem, prejudicando o processo de alfabetização. A alteração se dá no processamento fonológico, gerando dificuldade para processar e manipular os sons.

Ao analisar imagens cerebrais, estudos mostram que crianças com dislexia apresentam uma ativação cerebral diferente daquelas sem dislexia. As alterações produzidas pela dislexia podem causar atraso no desenvolvimento da fala, dificuldades na linguagem oral, além de problemas no aprendizado da leitura e escrita.

Entre os sinais da dislexia, é possível destacar:

  • Atraso no desenvolvimento da fala

  • Erros de pronúncia, incluindo trocas, omissões, substituições, adições e misturas de fonemas

  • Dificuldades para nomear letras, números e cores

  • Dificuldades para se expressar de forma clara e apropriada

  • Dificuldade para decodificar palavras

  • Erro no reconhecimento de palavras

  • Leitura oral devagar e incorreta

  • Dificuldades na compreensão de textos

  • Erros ortográficos

  • Omissões, substituições ou inversões de letras ou sílabas

  • Dificuldades na produção textual

Qual a relação entre a dislexia e o processamento auditivo central?

Algumas pesquisas científicas identificaram que crianças com distúrbios de leitura apresentaram desempenho reduzido na avaliação comportamental do processamento auditivo central. Em geral, com maior prejuízo às habilidades de resolução temporal e figura-fundo. As pesquisas sugerem que os disléxicos apresentam uma alteração do processamento temporal, que pode estar relacionada a uma alteração no processamento fonológico. Essas pesquisas afirmam que a dificuldade no processamento temporal se correlaciona com a capacidade de leitura e escrita.

Ainda existem muitas controvérsias em relação à dislexia. Selecionamos as principais dúvidas e comentamos abaixo. Confira!

A dislexia é hereditária. Verdade.

Pelo menos um terço das pessoas diagnosticadas com dislexia têm algum familiar com o mesmo quadro. Em muitas famílias, o diagnóstico de outros familiares não é preciso, mas o histórico de dificuldades nas áreas de leitura e escrita é semelhante.

Já existe cura para a dislexia. Mito

A dislexia é congênita. Como vimos acima, a análise de imagens cerebrais mostra que há uma ativação diferente no caso das pessoas disléxicas. Assim, não se trata de uma “doença”, mas de uma condição que acompanhará a pessoa ao longo da vida. Por isso, não faz sentido falar em “cura” - o que não significa que não seja possível minimizar os efeitos dessa condição com uma intervenção adequada, que proporcionará ao disléxico o desenvolvimento de estratégias para lidar com as dificuldades.

Tem remédio para a dislexia. Mito

Dislexia não tem remédio, mas tem tratamento. O tratamento para a dislexia é feito por meio de um acompanhamento multidisciplinar de profissionais das áreas de saúde e educação.

Existem níveis diferentes de dislexia. Verdade

Tanto a manifestação, como a intensidade dos sintomas, variam de pessoa para pessoa. Alguns podem experimentar dificuldades maiores que outros.

Quem tem dislexia não consegue aprender a ler. Mito

Pesquisas mostram que nos casos em que há intervenção precoce, incluindo o treinamento da consciência fonológica, nos primeiros anos do Ensino Fundamental, os problemas de leitura serão menores. Quanto mais cedo iniciar a intervenção, melhor. Por isso, estar atento aos sinais é essencial.

Quem tem alteração no processamento auditivo central também tem dislexia. Mito

A dislexia é uma condição genética que pode ou não estar associada a alterações no processamento auditivo central. No entanto, o transtorno do processamento auditivo central não estará necessariamente associado à dislexia.

Como vimos, a melhor maneira de tratar a dislexia é por meio de uma intervenção precoce e multidisciplinar. Deste modo, o disléxico terá condições de se adaptar às diversas demandas que surgirão ao longo de sua vida.

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