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Vamos falar sobre TDAH no adulto?


menina distraída no trabalho com um lápis na boca

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada pela combinação de sintomas de desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade.  Muitas vezes surge na infância, persistindo ao longo da vida de mais da metade dos afetados. A raiz do problema está em uma disfunção neurológica no córtex pré-frontal, onde a tentativa de concentração resulta na diminuição da atividade cortical. Esta condição, composta pela tríade de sintomas - hiperatividade, impulsividade e déficit de atenção - revela-se em dificuldades de aprendizagem e interações sociais desde a infância.


Segundo dados da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), a prevalência do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) no mundo oscila entre 5% e 8%. De acordo com estimativas, aproximadamente 70% das crianças diagnosticadas com TDAH também apresentam algum outro transtorno concomitante, sendo que pelo menos 10% delas apresentam três ou mais comorbidades. É esperado que cerca de 60% das crianças persistam com sintomas significativos de TDAH na idade adulta. Ainda segundo a ABDA, há no Brasil cerca de 2 milhões de indivíduos nessa situação.


Ao atingir a idade adulta, as manifestações do TDAH podem passar por transformações, mas mantém sua complexidade. As questões de desatenção, antes vinculadas ao ambiente escolar, agora dão sinais na esfera profissional e pessoal. A desorganização, esquecimentos recorrentes e impulsividade ganham novos contornos, afetando o indivíduo e também aqueles que o cercam.


A desatenção, a inquietação e a impulsividade geram dificuldades na avaliação do próprio comportamento, resultando em interações sociais complexas. Os adultos com TDAH podem enfrentar outras questões, como o uso de substâncias, ansiedade e depressão. A habilidade de priorizar tarefas e perceber o impacto de suas ações torna-se um desafio, exigindo um olhar atento para além dos sintomas. A hiperatividade na vida adulta também pode se manifestar por meio de um excesso de atividades ou envolvimento intenso no trabalho. Além disso, são frequentes as alterações no padrão de sono, evidenciadas por dificuldades em estabelecer uma rotina para dormir, despertares fora do horário planejado e sonolência durante o dia. Esses aspectos demonstram como os sintomas do TDAH na vida adulta podem se manifestar de maneiras diversas e impactar diferentes áreas da rotina diária.


Entre os sinais mais comuns em adultos com TDAH, destacam-se a desatenção em situações cotidianas, a dificuldade em seguir instruções ou priorizar o que é mais importante, a propensão a se distrair facilmente e a percepção de estar "a mil por hora". A desorganização, a dificuldade em esperar a vez do outro e a perda de noção do tempo são indícios que sinalizam para a possível presença desse transtorno. 


Essas características podem ser apresentadas por qualquer indivíduo e em qualquer momento da vida, mas os primeiros sintomas geralmente são identificados entre crianças e adolescentes. Se na infância o TDAH é muitas vezes identificado no ambiente escolar, na vida adulta ele também deixa sua marca no ambiente profissional. Dificuldades em leitura, escrita e matemática persistem, acompanhadas por características específicas, como perder-se ao longo da leitura, esquecer o que foi lido, evitar tarefas e cometer erros devido à desatenção. Um artigo publicado em 2018, avaliou 15 pesquisas internacionais sobre o tema e concluiu que os impactos do TDAH na vida adulta abrangem diversas áreas do desenvolvimento. Desde o aspecto afetivo-emocional até o desempenho profissional e a gestão financeira, adultos com TDAH enfrentam desafios que podem repercutir em seus relacionamentos interpessoais, conjugais e até mesmo nas responsabilidades parentais. 


O diagnóstico do TDAH é médico e leva em consideração a presença de sintomas, intensidade, duração e prejuízos que causam na vida do paciente. Embora muitos casos sejam identificados na infância, não é incomum que o diagnóstico ocorra tardiamente, somente na fase adulta, quando a compreensão dos sinais de desatenção, impulsividade e hiperatividade se tornam mais evidentes.

Por isso, o diagnóstico precoce e intervenções adequadas são ferramentas essenciais para contornar os efeitos adversos causados pelo TDAH na vida adulta. Além do tratamento medicamentoso, quando necessário, a pessoas diagnosticada com TDAH necessita de acompanhamento multidisciplinar envolvendo profissionais como médico, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional.


Quando o assunto é TDAH, há uma série de mitos e verdades sobre o tema. Para saber mais sobre eles, clique aqui



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